quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Planejamento, Implementação e Avaliação de um Programa de Manejo de Estresse Ocupacional

Sheila Giardini Murta: Planejamento, Implementação e Avaliação de um Programa de Manejo de Estresse Ocupacional.(10/03/05, orientador: Bartholomeu Tôrres Tróccoli).

Esta tese trata da implementação e avaliação de um programa de manejo de estresse ocupacional focado em estratégias individuais de coping. O programa foi implementado em dois ambientes organizacionais distintos: uma corporação de bombeiros (Estudo 1) e uma universidade privada (Estudo 2). Participaram do Estudo 1 trinta bombeiros. Destes, 15 participaram da avaliação de necessidades, feita por meio de entrevistas grupais, para se identificar estressores ocupacionais, estratégias de coping e sintomas de estresse. Na fase seguinte, 15 bombeiros se ofereceram como voluntários para participar da intervenção e sete bombeiros permaneceram até o pós-teste. Foram conduzidas 12 sessões, de 90 minutos, contendo informação sobre estresse e estágios de mudança, relaxamento, treino assertivo, treino em solução de problemas, manejo de tempo e reestruturação cognitiva. Medidas pré e pós-teste foram feitas em imunidade, pressão arterial e respostas verbais de estresse, saúde geral e coping a problemas no trabalho. A comparação entre médias pré e pós-intervenção evidenciou redução em estresse e sintomas somáticos; aumento em auto-eficácia e aumento em pressão arterial diastólica. Os dados sugeriram que a intervenção afetou positivamente indicadores verbais de saúde. Limitações quanto à validade interna e externa foram discutidas e recomendou-se a replicação deste estudo em amostras maiores e com delineamentos com melhor controle sobre ameaças à validade interna. O Estudo 2 implementou e avaliou este mesmo programa em um grupo de 74 funcionários administrativos de uma universidade privada, dos quais 42 foram designados para uma intervenção similar àquela feita no Estudo 1 (intervenção ME) e 32 foram designados para uma intervenção comparação, focada no treino em habilidades sociais (intervenção HS). Avaliação de processo foi conduzida para se verificar o alcance das metas intermediárias previstas para o programa, a atitude dos participantes frente à intervenção e a freqüência de participação no programa e sua relação com as mudanças nas metas finais do programa. Medidas pré e pós-teste foram feitas em imunidade, pressão arterial e respostas verbais de estresse, habilidades sociais e coping a problemas no trabalho. Ao final do programa, os participantes de ambas as intervenções apresentaram níveis similares de sintomas de estresse, coping a problemas no trabalho, habilidades sociais e imunidade. Apenas diferiram em pressão arterial diastólica: os participantes da intervenção ME apresentaram médias mais baixas nesta variável. Avaliação de processo evidenciou que as metas intermediárias foram alcançadas de modo similar entre as intervenções e que os participantes de ambas as intervenções perceberam inúmeros benefícios obtidos com o programa, apresentando uma atitude positiva frente a este. Os resultados obtidos estão em acordo com estudos recentes que também não encontraram superioridade de um tipo de intervenção sobre outro. Recomenda-se que novos estudos investiguem os mecanismos subjacentes à mudança em participantes destes programas e que sejam feitos com populações estressadas, amostras maiores e grupos controle.


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