quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ruptura e sentido na experiência de adoecimento e morte

Joanneliese de Lucas Freitas: Ruptura e sentido na experiência de adoecimento e morte.(09/06/2005, Orientador: Fernando Luiz González Rey).

Busca-se neste trabalho compreender os processos de subjetivação inerentes ao adoecimento e à morte, sob uma perspectiva clínica. Para tanto, utilizam-se os referenciais teórico-metodológicos fundamentados na epistemologia qualitativa de González Rey (1997a, 1999). A morte é compreendida aqui como mais um momento do ciclo de vida e, portanto, como um momento significativo para as reconfigurações da subjetividade. A subjetividade é percebida como um processo, em constante articulação com os sistemas sociais, que se alterna entre estados de tensão e ruptura, atuando como momentos de transformação na relação com formas anteriores de funcionamento do sistema (González Rey, 2003). Os processos subjetivos são formados pelos sentidos subjetivos, principal unidade constitutiva da subjetividade, e que, portanto, foram utilizados como o ponto de partida para a compreensão da relação entre morte e reconfiguração. No contexto de uma pesquisa clínica qualitativa, utilizou-se um estudo de caso, no qual se analisam os sentidos subjetivos constituídos por uma paciente com câncer de mama, já em estado terminal. Finalmente, concluiu-se que não se pode pensar o psiquismo sem se considerar suas relações com a corporeidade, com o corpo vivido. Percebeu-se que os momentos de ruptura na constituição da subjetividade não ocorrem nem a partir de quebras abruptas nem grandiosas. Concluiu-se também que a morte simbólica é mais significativa que a concreta no contexto da subjetividade por funcionar como propulsora para a criação de novos sentidos subjetivos.

Palavras-chave: morte, subjetividade, sentido subjetivo, reconfiguração, corpo.

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